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Paintbrush

Para simples conferência de como é pintada uma aeronave, num belíssimo time-lapse (dica do brother João Andrade). Isso porque esse é um dos pequenos, imaginem um A380…

Existem alguns cuidados que dá para observar nesse vídeo, como a vedação minuciosa das turbinas, janelas e apêndices – tubos de pitot, antenas e afins. São algumas centenas de quilos de tinta e verniz que têm em sua composição, em alguns tipos, silício, o que pode virar vidro se por descuido entrar numa turbina, arruinando o propulsor e o próprio aparelho voador.

E as asas sempre são deixadas por último por causa da tinta especial, que possui reagentes para acusar qualquer vazamento mínimo que seja de combustível, uma vez que os tanques estão ali dentro. Só se pode pisar na asa de uma aeronave usando uma cobertura de tecido nos sapatos, ou no máximo de meias, mesmo. Curioso, não?

 

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Alguma coisa está fora da ordem

SÃO PAULO (apocalipse now) – Quando acordei hoje (quinta) pela manhã, já pipocavam notícias em todos os meios de comunicação sobre o maluco no rio de Janeiro que abriu fogo contra aluninhos de uma escola pública de Realengo.

Fiquei ouvindo as notícias meio desencontradas sobre o número de mortos, o perfil do assassino, os motivos, as mães em desespero, as crianças apavoradas, a polícia e os bombeiros meio perdidos em meio ao caos. Mais uma vez, chocante.

Todo dia alguma tragédia de maior ou menor magnitude assola as pessoas. Terremotos, tsunamis, vulcões, guerras, explosões, chacinas, acidentes, atropelamentos, assaltos, roubos, etc. Alguma coisa está fora da ordem. Faz tempo!

Tenho uma irmã jornalista, que mora no Rio e é apresentadora do Em Cima da Hora – Edição das 10h, jornal matutino da GloboNews, chamada Raquel Novaes. Normalmente, pela manhã aqui em casa, a televisão fica liga no canal 40, assim a gente vê nossa irmã e se informa um pouco. Hoje só vi seu rosto por uma única vez, já passava de meio-dia. Pararam de mostrar as imagens da escola para ela dizer que um terremoto de mais de 7 graus na escala Richter atingiu a costa do Japão, no mesmo lugar do terremoto de dez dias atrás. Não se pode nem respirar direito. E tome imagens do terror.

Quando eu estava na escola, com meus 11, 12 anos, vez ou outra eu imaginava que seria muito fácil se alguém quisesse entrar armado no colégio. Onde eu estudava ficava entre duas avenidas movimentadas e pela manhã o policiamento era nulo, apesar de ser de frente para um fórum. Era entrar, aterrorizar quem quisesse e sair. Era só pular um dos vários portões e muretas pouco altos que cercavam o colégio. Os alunos mesmos chegavam a pular para matar aula ou buscar uma bola que caía na rua.

Apesar de ter uma vigilância e uma segurança relativamente boa, com quase todos os funcionários dispostos na entrada e em todo o pátio durante o início das aulas, era até fácil entrar alguém no colégio; isso porque era particular. Imagino numa escola pública, afastada do centro.

Culpam a falta de vigilância, a pessoa que deixou o maníaco entrar, o Estado que não rastreou a arma, a Secretaria de Segurança que não pôs ronda próxima à escola, etc. Tentaram colocar a culpa até no bullying que o ex-aluno macabro teria sofrido na adolescência e que tardiamente se revelou na forma de uma vingança sem nenhum alvo específico.

Aliás, essa história de bullying está virando modinha, tudo é bullying. Quando estava na escola, já existia, mas ninguém saiu matando porque era vítima de piadas e outras zombarias dos colegas. Se zoava e era zoado. Se dava apelidos e se recebia apelidos. Nos xingávamos mutuamente e depois fazíamos as pazes. Os piores casos eram resolvidos no braço, ali, na hora, e no dia seguinte já estava tudo bem. Se os pais ficavam sabendo, era ouvir sermão até o fim do ano, fora advertências, suspensões, etc. E ai de quem ousasse levantar a voz a um professor, por mais chato que fosse. Sabíamos que ia dar encrenca.

Antes era pai e professor lado a lado para educar o aluno. O aluno passa um tempo precioso de sua vida na escola, onde ele aprende matérias e aprende a viver, a ver e sentir como funciona a sociedade numa escala menor e representativa, mas é assim que é. Aprende a viver em sociedade, aprende a enfrentar os medos, aprende a se livrar da zombaria e a zombar de volta, aprende até um pouco de boas maneiras se quiser e estiver disposto a receber e assimilar esses ensinamentos.

Hoje perdeu-se o respeito com tudo. Hoje é pai e filho contra o professor, quando não é filho contra pai. É um egocentrismo absurdo. Hoje se fica impune a tudo. Tem pai que acha lindo ver o filho “mostrando personalidade” e batendo nos outros, e fica assim. Hoje se mata por matar. Para ouvir o tombo. A intolerância impera.

Novamente, não há um só culpado por isso que aconteceu hoje. O homem é o culpado. A humanidade é culpada. Desde as cavernas o homem vive em guerra, se matando por terra, por poder, por domínio. O homem é o lobo do homem. E gosta disso. De se mostrar superior. Quer conhecer um homem, dê-lhe poder.

Esse indivíduo afetado que abriu fogo contra crianças sentiu o poder porque tinha uma arma. Se achava mais puro que os outros. E demonstrou poder contra crianças que nada fizeram, que não eram suas inimigas, que nunca praticaram bullying contra ele, nada. Ele não era xiita, não era muçulmano, não era nazista, não era skinhead, não era de seita nenhuma, era um cara estranho, segundo parentes. Estranho é ver que isso está virando corriqueiro.

É sinal de que o fim dos tempos realmente se aproxima. Que Deus tenha piedade de nós.

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